domingo, 28 de setembro de 2008

S. Miguel

São Miguel Arcanjo



A Igreja Católica tem em alto conceito a devoção aos Santos Anjos. Acredita na sua existência que é provada por muitas citações bíblicas, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Sabe e ensina, que os anjos, como Santos mensageiros de Deus, desempenham uma missão especial em nosso favor. São defensores, do corpo e da alma, em todos os perigos, principalmente na hora da morte.
Como um dos primeiros, senão o primeiro e mais eminente dos espíritos celestiais, os livros sagrados nos apresentam S. Miguel. O profeta Daniel dá a S. Miguel o título de Príncipe dos Anjos, e a Igreja enumera-o entre os arcanjos. Seu nome tem o significado de “Quem é como Deus ?” pois foi S. Miguel que se pôs à frente dos anjos fiéis contra Lúcifer, o chefe dos anjos rebeldes, em defesa da autoridade de Deus. S. Miguel, por tanto, é um espírito guerreiro, arauto de Deus, e Príncipe dos exércitos celestiais. A arte cristã o apresenta como tal, em armadura brilhante, com lança e espada, em vôo como de mergulho se precipitando sobre o dragão infernal, e, fortemente o investindo, fazendo-o sentir o vigor irresistível do pé vitorioso, arremessa-o às profundezas do inferno.
S. Miguel pelos judeus era havido como protetor do povo eleito. Segundo o Apóstolo S. Judas (v. 9.) o cadáver de Moisés estava entregue aos cuidados do arcanjo. Foi este mesmo arcanjo, quem apareceu a Josué antes da tomada de Jericó e lhe prometeu seu auxílio; foi S. Miguel que defendeu os israelitas contra as hostes de Senacherib, desbaratando-as; foi ainda S. Miguel, quem se opôs a Balaam, quando ia amaldiçoar o povo de Deus. Heliodoro experimentou a força vingadora do arcanjo, quando se aparelhou para praticar o roubo sacrílego do templo. (2. mac. 3, 25).
Da sinagoga e do povo eleito a missão de S. Miguel se transferiu à Igreja de Cristo. Numerosas são as suas aparições registradas na história da Igreja. Seu nome é mencionado várias vezes no sacrifício da Santa Missa. No “Confiteor” o sacerdote se dirige ao arcanjo S. Miguel, e invoca sua intercessão junto de Deus. Sobre o incenso, na missa solene é invocado seu nome. Ao Santo anjo, isto é, a S. Miguel o sacerdote logo depois da consagração se dirige, com o pedido de levar o santo sacrifício ao altar sublime de Deus. Terminada a missa rezada, em uma oração especial o povo pede a S. Miguel que o defenda no combate; cubra-o com o seu escudo contra os embustes e ciladas do demônio; precipite ao inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. S. Miguel é ainda o patrono dos agonizantes, o guia das almas dos defuntos para o céu, como faz lembrar o texto do ofertório da missa de “Requiem”.
Na história da Igreja são mencionadas duas aparições de S. Miguel: Uma ao Papa Gelásio I no monte Gargano. A festa de hoje é a comemoração deste fato e da consagração da Igreja de S. Miguel naquele lugar. Mais conhecida é a outra, de que foi dignado o Papa S. Gregório, o Grande, em ocasião de em Roma grassar a peste.
S. Miguel apareceu ao Papa no Castelo de Santo Ângelo e em sinal de cessão da epidemia, meteu a espada na bainha. Realmente a epidemia imediatamente parou de fazer vítimas.



Oração a São Miguel Arcanjo
São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com vosso escudo, contra os embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o, Deus, instantemente o pedimos e vós, príncipe da milícia celeste, precipitai no inferno a Satanás e a todos os outros espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas.
São Miguel Arcanjo, protegei-nos na luta para que não pereçamos no tremendo juízo.
Sacratíssimo Coração de Jesus.


Tende piedade de nós! (3 X)

Terço a São Miguel ou Coroa AngélicaMODO DE REZAR

1º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Serafins, o Senhor nos faça dignos do fogo da perfeita caridade. (P.N.) e (3 A.M.)

2º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Querubins, o Senhor nos conceda a graça de trilharmos a estrada da perfeição cristã. (P.N.) e (3 A.M.)

3º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Tronos, o Senhor nos conceda o espírito da verdadeira humildade. (P.N.) e (3 A.M.)

4º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Dominações, o Senhor nos dê a graça de podermos dominar os nossos sentidos. (P.N.) e (3 A.M.)

5º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Potestades, o Senhor nos guarde das traições e tentações do demónio. (P.N.) e (3 A.M.)

6º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste das Virtudes, o Senhor nos conceda a graça de não sermos vencidos no combate perigoso das tentações. (P.N.) e (3 A.M.)

7º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Principados, o Senhor nos dê o espírito da verdadeira e sincera obediência. (P.N.) e (3 A.M.)

8º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Arcanjos, o Senhor nos conceda o dom da perseverança na fé e boas obras. (P.N.) e (3 A.M.)

9º - Pela intercessão de São Miguel Arcanjo e do Coro Celeste dos Anjos, o Senhor nos conceda que estes espíritos bem-aventurados nos guardem sempre, e principalmente na hora da nossa morte. (P.N.) e (3 A.M.)

CONCLUÇÃO

Pai Nosso (P.N.) a São Miguel Arcanjo – (P.N.) a São Gabriel Arcanjo – (P.N.) a São Rafael Arcanjo e (P.N.) ao nosso Anjo da Guarda
Antífona
Glorioso São Miguel Arcanjo Arcanjo, o primeiro entre todos os Anjos, defensor das almas, vencedor do Demónio, vós que estais junto da glória de Deus e, depois de Nosso Senhor Jesus Cristo, sois admirável protector nosso, dotado de sobre-humana excelência e fortaleza, dignai-vos alcançar de Deus que sejamos livres em cada dia no serviço do nosso Deus. Rogai por nós, ó Bem-aventurado São Miguel Arcanjo, príncipe da Igreja de Jesus Cristo. Para que sejamos dignos das promessas do mesmo Senhor. Amen.


Oração Final
Omnipotente e sempiterno Deus que, por prodígio da Vossa bondade e misericórdia, elegestes para príncipe da Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel Arcanjo, com o fim da comum salvação das almas, nós Vos rogamos que nos façais dignos de sermos, por sua benéfica protecção, libertos de todos os nossos inimigos, de sorte que nenhum deles possa molestar-nos na hora da nossa morte, mas antes nos seja dado que o mesmo Arcanjo nos conduza à presença da Vossa excelsa e divina Majestade. Pelos Merecimentos de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amen.

Oferecer um Pai Nosso, Avé Maria e Glória aos Anjos da Guarda das pessoas a quem tenhamos ofendido ou escandalizado.

sábado, 27 de setembro de 2008

Senhora de Nazaré / Senhora das Dores


Acompanhar Nossa Senhora em todas as fases de sua vida terrestre, admirar os altos desígnios de Deus na pessoa sacrossanta de sua Mãe é sempre delícia para um coração devoto à SS. Virgem. Mais apropriada não podia ser a nossa meditação das dores, senão ocupando-nos com os sete dolorosos lances de sua existência terrena, ou propriamente “as sete dores”, a saber:



1.º - A profecia de Simeão. “Eis aqui está posto este Menino para ruína e para ressurreição de muitos de Israel, e como alvo a que atirará a contradição. E uma espada trespassará tua alma”. (Lc. 2,34) A esta palavra a SS. Virgem vê de uma maneira clara e distinta no futuro as contradições a que Jesus Cristo será exposto: contradições na doutrina, contradições no conceito público, contradições nos seus santíssimo afectos, na alma e no corpo. E esta previsão dolorosa ficou na alma de Maria durante trinta e três anos. À medida que Jesus crescia em idade, em sabedoria e em graça, no Coração de Maria aumentava a angústia de perder um filho tão caro, pela aproximação da inexorável Paixão e Morte. “O Senhor usa de compaixão para connosco, em não nos fazer ver as cruzes que nos esperavam, e se temos de sofrer, é só uma vez. Com Maria Santíssima assim não procedeu, porque a queria Rainha das dores e toda semelhante ao Filho; por isso ela via sempre diante de si todas as pelas que havia de sofrer” (Santo Afonso)



2.º - A fuga para o Egipto. A profecia de Simeão começou a cumprir-se logo. Jesus apenas nascido, já é cercado pela morte. Para salvá-lo, Maria deve ir para um exílio longínquo, para o Egipto, por caminhos desconhecidos, cheios de perigos. No Egipto a Sagrada Família passou perto sete longos anos como estranha, desconhecida, sem recursos, sem parentes. “A viagem de volta para a Terra Santa apresentou-se mais penosa ainda, porque o Menino Jesus já era tão crescido que, levá-lo ao colo, difícil tarefa devia ser, e fazer a pé o grande trajecto parecia acima de suas forças” (São Boaventura)



3.º - Jesus encontrado no templo. “Há quem diga que toda esta dor não só foi maior de todas que Maria sofreu na sua vida, mas que foi também de todas a mais acerba”. Nos outros seus sofrimentos tinha ela Jesus em sua companhia; mas agora via-se longe dele, sem saber onde ele se achava. Das outras dores Maria conhecia perfeitamente a razão e o fim, isto é, a redenção do mundo, a vontade divina; mas nesta dor não podia ela atinar com o motivo de Jesus estar longe de sua Mãe. Quem sabe se sua mente não se torturava com pensamentos como este: não o servi como devia, cometi alguma falta, alguma negligência, que motivasse dele se retirar de mim? Certo é que não pode haver pena maior para uma alma que tem amor a Deus, senão o temor de o ter desgostado. Realmente, em nenhuma outra dor, que nós saibamos, Maria se lamentou, queixando-se amorosamente com Jesus, depois de o ter achado: “Filho, porque fizeste assim connosco? Olha que teu pai e eu te buscávamos aflitos” (Santo Afonso)



4.º - Maria se encontra com Jesus na via dolorosa. Pilatos tinha sentimento humano para com Jesus; tivesse ele vencido sua covardia, talvez o teria salvo do furor da multidão, ainda mais, se à súplica de sua mulher se tivesse unido um pedido da Mãe de Jesus. Maria, porém, não se move naquela hora tremenda, que decide da vida ou da morte de seu Filho, porque sabe, que o Filho podia por si, sem auxílio alheio, livrar-se dos seus inimigos, e se se deixa como um cordeiro levar ao suplício, então é porque o faz espontaneamente, cumprindo a vontade de Deus. Maria ainda não se move, quando a sentença já é irrevogavelmente pronunciada. Vai ao encontro de Jesus que, carregado do peso da cruz, se encaminha para o Calvário. Vê-o todo desfigurado e entregue, coberto de mil feridas e horrivelmente ensanguentado. Seus olhares se cruzam. Nenhuma queixa sai da sua boca, porque as maiores dores Deus lhe reservou para a salvação do mundo. Aquelas duas almas, heroicamente generosas, continuam juntas no seu caminho do sofrimento, até o lugar do suplício.



5.º - Jesus morre na cruz. Chegam ao Calvário. Os algozes despojam Jesus das suas vestes, pregam-no na cruz, levantam o madeiro e sobre ele deixam-no morrer. Maria agora se aproxima da cruz e perto da cruz fica, e assiste à horrível agonia de três horas. “Que espectáculo ver-se o Filho agonizante sobre a cruz, e ver-se ao pé da mesma agonizar a Mãe, que todas as penas sofria com seu Filho! (Santo Afonso). “O que os cravos eram para o corpo de Jesus, para o coração de Maria era o amor” (São Bernardo). “No mesmo tempo que Jesus sacrificava o corpo, a Mãe imolava a alma” (São Bernardo). E não pode dar ao Filho o menor alívio; ainda saber que o maior tormento para o Filho era ver presente sua Mãe, que dor, que sofrimento! O único alívio para a Mãe e para o filho era saber, que das suas dores resultava para nós a vida eterna.



6.º - Abertura do coração de Jesus pela lança e descimento da cruz. Jesus morrendo, exclamou: “Consummatum est” – Tudo está consumado. Estava completa a série dos sofrimentos para o Filho, não porém, para a Mãe. Quando ela está chorando a morte do filho, um soldado vibra a lança contra o peito de Jesus, abrindo-o, e sai sangue e água. O corpo morto de Jesus não sente mais a lançada; mas sentiu-a a Mãe no íntimo do coração. Tiram o corpo do Filho da cruz. O Filho é entregue à Mãe, mas em que estado! Antes o mais belo entre os filhos dos homens, agora está todo desfigurado. Antes, era um prazer olhar para ele; agora, seu aspecto é horroroso. Quando morre um filho, trata-se de afastar do cadáver a mãe. Maria, pelo contrário, não deixa que lho tirem dos seus braços, senão quando é para sepultá-lo.



7.º - Jesus é colocado no sepulcro. “Eis que já o levam para sepultá-lo. Já se põe em movimento o doloroso préstimo. Os discípulos levam o corpo de Jesus sobre os ombros. Os Anjos do céu o acompanham. As santas mulheres seguem e, no meio delas, a Mãe. Querem que ela mesma acomode o corpo sacrossanto de Jesus no sepulcro, precisando por a pedra para fechar o sepulcro, os discípulos precisam dirigir-se à SS. Virgem, e lhe dizer: “Agora é hora de vos despedir, Senhora; deixai que fechemos o sepulcro. Muni-vos de paciência! Olhai-o pela última vez e despedi-vos de vosso filho”. Moveram a pedra e colocaram-na no seu lugar, fechando com ela o santo sepulcro. Maria, dando um último adeus ao Filho e à sepultura, volta para casa” (Santo Afonso). “Voltou tão triste a aflita e pobre Mãe, que todos a viam, dela se compadeciam e choravam” (São Bernardo) Só no nosso coração não haverá lágrimas para Maria? Não choramos nós, que somos a causa de tantas dores? Ah! Se nos faltam lágrimas de sentimento dos nossos olhos sensíveis, choremos pelo menos lágrimas de penitência, expressão ainda do firme propósito, de não mais cometermos pecado algum. Foram os nossos pecados que levaram à morte o nosso Irmão primogénito, e trespassaram o coração dulcíssimo de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe.



REFLEXÕES
Se a nós Deus mandar uma cruz em forma sofrimentos físicos ou morais, acusações injustas ou de contínuas contrariedades, recorramos à Nossa Senhora, e não nos entreguemos à tristeza e ao desânimo. Sofrimento que vem mandado por um Pai que nos tem tanto amor, não pode visar outro fim, senão o nosso bem temporal e eterno. O sofrimento um dia, converter-se-á em alegria; as lágrimas derramadas hoje, darão lugar a uma felicidade que não terá fim. Uma cruz é diferente da outra e a duração de tempo do nosso padecimento pertence a Deus. São momentos tristes, mas que devemos aceitar alegremente, como uma graça divina. Afinal, lembremo-nos de quanto sofrimento Cristo padeceu no Calvário! E quanto sofreu a Mãe, diante da agonia do Filho!
Se teu ombro já parece não suportar o peso da cruz, se a extrema dor te abala os sentidos, não desperdice esse tempo com lamentações, muitas vezes inevitáveis . Oferece essas dádivas às almas que padecem no Purgatório, em desagravo dos pecados cometidos contra o Santíssimo Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, pela conversão de todos nós, pobres pecadores, pela paz no mundo, pelo Papa, ou por tantas outras causas urgentes que clamam por nossas orações e sacrifícios.



Por enquanto, coloquemos-nos confiantemente no colo amoroso de Nossa Senhora das Dores, que experimentou o sofrimento na sua máxima intensidade.

Oração a Nossa Senhora da Nazaré



Nossa Senhora da Nazaré, mãe do silêncio e da Humildade,
protege e santifica as nossas famílias.
Envolve-nos no teu manto, comunica-nos a Fortaleza da tua Fé,
a Grandeza da tua Esperança e a Profundidade do teu amor
Permanece com os que ficam e parte com os que vão.
Conforta-nos com o teu sorriso e enxuga as nossa lágrimas com as tuas carícias de mãe.
Amen.