quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Grande S. Jerónimo




Fortaleza da Cristandade em face da heresia. Padre da Igreja Latina, autor da Vulgata, tradução oficial em língua latina da Sagrada Escritura.
"Plinio Maria Solimeo "

Numa era muito conturbada para a Igreja - como foi o final do século IV e a primeira
metade do século V - surgiram simultaneamente na Cristandade grandes luzeiros de santidade e ciência, tanto no Oriente quanto no Ocidente: Santo Hilário, Bispo de Poitiers, Santo Ambrósio, de Milão, e a “Águia de Hipona”, o grande Santo Agostinho. Com São Jerônimo - cuja festa comemoramos no dia 30 - formam eles o ilustre grupo dos chamados quatro Padres da Igreja latina daquela época.


A vida de São Jerônimo é tão extraordinária, que se torna impossível resumi-la em poucas páginas. Dele diz o eminente jesuíta, Pe. Pedro de Ribadaneira, discípulo e biógrafo de Santo Inácio de Loyola: “Foi nobre, rico, de grande engenho, eloqüentíssimo; sapientíssimo nas línguas e ciências humanas e divinas; na vida, espelho de penitência e santidade; luz da Igreja e singular intérprete da divina Escritura, martelo dos hereges, amparo dos católicos, mestre de todos os estados e condições de vida e luzeiro do mundo”.


Nos confins da Dalmácia e Panônia (na atual Hungria), nasceu Jerônimo, de pais cristãos, nobres e opulentos. Dotado de precoces aptidões para o estudo, o pai enviou-o, quando adolescente, para Roma, então a capital do mundo civilizado.


Na Cidade Eterna, Jerônimo dedicou-se ao estudo da gramática, da retórica e da filosofia. Tal era seu amor pelos escritores clássicos, que formou para si rica biblioteca, copiando à mão os livros que não podia obter.


Com dor, reconheceria depois, que em sua inexperiência tornou-se vítima do ambiente mundano da grande e decadente metrópole, extraviando-se do bom caminho. Porém, ao mesmo tempo declara que seu passatempo aos domingos consistia em visitar as catacumbas e as relíquias dos mártires, além de ser catecúmeno, pois, na época, a pessoa recebia o santo batismo já quase adulta.


Tentações diabólicas e consolações celestes


Depois de batizado, Jerônimo, juntamente com Bonoso, seu irmão de leite, empreendeu uma viagem de estudos às Gálias. Em Treveris, onde havia uma das academias mais doutas do Ocidente, decidiu entregar-se inteiramente ao serviço de Deus. Continuou entretanto sua viagem de estudos pela Grécia e cidades do Oriente Médio, detendo-se numa região desértica perto de Antioquia, onde viveu alguns anos na solidão.


Aproveitou então para aprender o hebreu com um judeu converso, a fim de poder estudar as Sagradas Escrituras em seu original. Afirma ele em uma de suas cartas: “As fadigas que isto me causou e os esforços que me custaram, só Deus sabe. Quantas vezes desanimei e quantas voltei atrás e tornei a começar pelo desejo de saber; sei-o eu que passei por isso, e sabem-no também os que viviam na minha companhia. Agora dou graças ao Senhor, pois que colho os saborosos frutos das raízes amargas dos estudos”.


Deus permitiu que o demônio o assaltasse constantemente com tentações da carne; e, para combatê-las, Jerônimo dilacerava seu corpo e entregava-se a jejuns que duravam às vezes semanas inteiras. Mas, em meio às tentações, tinha também consolações inefáveis: “Mas disto é o Senhor testemunha: depois de chorar muito e contemplar o céu, sucedia-me, por vezes, ser introduzido dentro dos coros dos anjos. Louco de alegria, cantava então: ‘Ó soledade, soledade embelezada pelas flores de Cristo! Ó soledade que mais familiarmente gozas de Deus’”.


Juízo de Deus antecipado e amor às Escrituras


Quatro anos depois partiu para Jerusalém, a fim de venerar os lugares santificados pela presença do Salvador e aperfeiçoar-se na língua hebraica. São Dâmaso, Papa, consultava-o constantemente a respeito de passagens difíceis dos Livros Sagrados. Mas não se pense que para o santo exegeta era um gáudio essa leitura. Porque, acostumado à eloqüência e elegância de estilo dos clássicos latinos e gregos, sentia muita aridez na leitura da Bíblia, cujo texto julgava simples demais e desprovido de ornato. Foi preciso que o próprio Deus o castigasse por isso, como ele próprio narra em carta à sua discípula Santa Eustóquia: devido às suas austeridades, chegara então a tão extrema fraqueza, que seus discípulos julgaram que a qualquer momento fosse exalar o último suspiro. Foi então arrebatado em espírito e viu-se diante do Juízo de Deus. Cristo Jesus, que o presidia, perguntou-lhe sobre sua condição e fé. “Sou cristão”, respondeu Jerônimo. “Mentes, respondeu-lhe o Juiz, pois não és cristão, mas ciceroniano”. E mandou açoitar violentamente o réu, que só podia implorar perdão. Finalmente, alguns que estavam assistindo ao juízo juntaram suas vozes à do infeliz pedindo clemência para ele, pois era ainda jovem, e corrigir-se-ia do erro. Jerônimo jurou emendar-se, e com isso foi deixado livre, voltando do arrebatamento muito compungido. Durante muito tempo trouxe em seu dorso os sinais dos açoites. “Desde aquela hora eu me entreguei com tanta diligência e atenção a ler as coisas divinas, como jamais havia tido nas humanas”, conclui o Santo.


Luz da Igreja


Na idade de 30 anos, recebeu em Antioquia a ordenação sacerdotal, sob a condição de não ficar sujeito a nenhuma diocese e continuar monge como antes.


Dirigiu-se depois a Constantinopla para ver e ouvir São Gregório Nanzianzeno, conhecido, por sua erudição, como o Teólogo. Lá permaneceu três anos, travando amizade também com os grandes luminares da Igreja no Oriente, São Basílio e seu irmão São Gregório de Nissa.
As heresias pululavam, principalmente no Oriente, e tal era a confusão que o Imperador Teodósio e o Papa São Dâmaso resolveram convocar um sínodo em Roma. São Jerônimo foi convidado a dele participar, e escolhido para desempenhar a função de secretário, no lugar de Santo Ambrósio, que adoecera.


Terminado o sínodo, São Dâmaso conservou Jerônimo como seu secretário, dando-lhe ordem de rever o texto latino da Sagrada Escritura, comparando-o com o original hebreu. Esta tarefa viria a dar na tradução conhecida como Vulgata (do latim “vulgare”, que significa uso comum). Foi encarregado também pelo Pontífice “de responder a todas as questões que se referissem à religião, de esclarecer as dificuldades das Igrejas particulares [dioceses], das assembléias sinodais, de prescrever àqueles que voltavam das heresias o que eles deveriam crer ou não, e de estabelecer, para isso, regras e fórmulas”. Na tradução que São Jerônimo empreendeu da Bíblia, afirma Clemente VIII que ele foi assistido e inspirado pelo Espírito Santo. Tal tradução substituiu todas as outras que havia até então, tornando-se a tradução oficial da Igreja.
Enquanto viveu São Dâmaso, Jerônimo permaneceu em Roma. “Todos acorriam a ele, e cada qual procurava ganhar-lhe a vontade: uns louvavam sua santidade, outros a doutrina, outros sua doçura e trato suave e benigno, e finalmente todos tinham postos os olhos nele como em um espelho de toda virtude, de penitência, e oráculo de sabedoria”.


Um grupo de matronas e virgens romanas da mais alta aristocracia pôs-se sob sua direção espiritual, entre elas Santa Paula e suas filhas Paulina, Estóquia, Blesilla e Rufina; Santa Marcela, Albina, Asela, Leta e outras. Para elas fundou um convento em Roma. Converteu e atraiu também alguns varões, para os quais fundou um mosteiro. Nessa época combateu vários hereges, como Helvídio e Joviniano.


Na terra onde nasceu o Salvador


Em 384 faleceu São Dâmaso, e os inimigos de São Jerônimo iniciaram uma campanha de difamação que fez com que o santo deixasse definitivamente Roma e voltasse para a Terra Santa, estabelecendo-se em Belém. Seguiram-no Santa Paula e sua filha Eudóxia. Com o rico patrimônio de que dispunham, fundaram, sob a direção do Santo, um mosteiro masculino e um feminino, este dirigido por Santa Paula.


Os 34 anos em que São Jerônimo viveu em Belém, passou-os escrevendo obras notáveis, combatendo os hereges, e dirigindo, por correspondência, inúmeras almas.
Por um mal-entendido, houve um princípio de polêmica entre os dois grandes Doutores da Igreja, Santo Agostinho e São Jerônimo. Mas, estabelecidas as coisas em seu lugar, uma amizade cheia de respeito os uniu. São Jerônimo dizia que Santo Agostinho era “seu filho em idade, e seu pai em dignidade”, uma vez que era Bispo. Por seu lado, o Bispo de Hipona escreveu-lhe: “Li dois escritos vossos que me caíram nas mãos, e achei-os tão ricos e plenos que não quereria, para aproveitar em meus estudos, senão poder estar sempre a vosso lado”.


Baluarte da Cristandade perseguida


Entretanto, os bárbaros começaram suas grandes invasões. Em 395, os ferozes hunos, vindo pela Armênia, espalharam o terror no Oriente, chegando até o Egito. Em 410, Alarico, rei dos godos, destruiu várias cidades da Grécia e pilhou Roma. Muitas famílias fugiram para a Terra Santa e foram socorridas por Jerônimo e Paula. “Belém, escreve o primeiro, vê todos os dias mendigar em suas portas os mais ilustres personagens de Roma. Hélas! Não podemos socorrer a todos; damo-lhes, pelos menos, nossas lágrimas, choramos juntos”.


Todos se espantam pelo fato de São Jerônimo, tão enfermo que tinha que ditar suas obras, pudesse produzir tanto em tão pouco tempo. Em três dias, traduziu ele os livros de Salomão, e num só verteu para o latim o livro de Tobias que estava em caldaico. Em 15 dias ditou os comentários sobre São Mateus. Ao mesmo tempo escrevia apologias do Cristianismo contra os erros dos hereges do tempo, e refutação meticulosa de suas doutrinas.


“Que doutor da Igreja há que trate as coisas sagradas com tão grande majestade, as chãs com tanta erudição, as ásperas com tanta eloqüência, as obscuras com tanta luz, que assim se sirva de todas as ciências, divinas e humanas, para explicar e pôr aos nossos olhos os mistérios de nossa santíssima religião?”, pergunta um autor.


O empenho insuperável de São Jerônimo na tradução das Escrituras foi por ele mesmo assim descrito: “Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo que diz: ‘Examinai as Escrituras e procurai e encontrareis’ para que não tenhais de ouvir o que foi dito aos judeus: ‘Estais enganados, porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus’. Se, de fato, como diz o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”.


São Jerônimo faleceu no dia 30 do mês de setembro do ano 420, muito avançado em idade e virtude. No mesmo dia, aparecia a Santo Agostinho e desvendava-lhe o estado das almas bem-aventuradas no Céu.


É o padroeiro dos Bibliotecários e interessor nas tempestades e trovoadas.

sábado, 26 de setembro de 2009

SS. Papa Bento XVI

Portugal Vos aguarda em 2010



CARTA APOSTÓLICA "MOTU PROPRIO"


ECCLESIAE UNITATEM


DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI SOBRE A PONTIFÍCIA COMISSÃO ECCLESIA DEI


1. A tarefa de conservar a unidade da Igreja, com a solicitude de oferecer a todos a ajuda para responder nos modos oportunos a esta vocação e graça divina, compete de maneira particular ao Sucessor do Apóstolo Pedro, que é o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade, tanto dos Bispos como dos fiéis.

A prioridade suprema e fundamental da Igreja, em todos os tempos, de conduzir os homens para o encontro com Deus, deve ser favorecida mediante o compromisso de chegar ao testemunho comum de fé de todos os cristãos.

2. Em fidelidade a este mandato, no dia seguinte ao acto com que ao Arcebispo Marcel Lefebvre, a 30 de Junho de 1988, conferiu ilicitamente a ordenação episcopal a quatro sacerdotes, o Papa João Paulo II, de veneranda memória, instituiu a 2 de Julho de 1988 a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, "com a tarefa de colaborar com os Bispos, com os Dicastérios da Cúria Romana e com os ambientes interessados, com a finalidade de facilitar a plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, comunidades ou religiosos e religiosas individualmente, até então de várias maneiras ligados à Fraternidade fundada por D. Lefebvre, que desejam permanecer unidos ao Sucessor de Pedro na Igreja católica, conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas, à luz do Protocolo assinado no passado dia 5 de Maio pelo Cardeal Ratzinger e por D. Lefebvre"

3. Nesta linha, aderindo fielmente à mesma tarefa de servir a comunhão universal da Igreja na sua manifestação também visível e realizando todos os esforços para que a todos aqueles que têm verdadeiramente o desejo da unidade seja possível permanecer nela ou reencontrá-la, eu quis ampliar e actualizar, com o Motu Proprio Summorum Pontificum, a indicação geral já contida no Motu Proprio Ecclesia Dei, acerca da possibilidade de utilizar o Missale Romanum de 1962 através de normas mais exactas e pormenorizadas .

4. No mesmo espírito e com o mesmo compromisso de favorecer a superação de todas as rupturas e divisões na Igreja e de curar uma ferida sentida de modo cada vez mais doloroso no tecido eclesial, eu quis retirar a excomunhão aos quatro Bispos ordenados ilicitamente por D. Lefebvre. Com esta decisão, desejei tirar um impedimento que podia prejudicar a abertura de uma porta ao diálogo e convidar assim os Bispos e a "Fraternidade São Pio X" a reencontrar o caminho para a plena comunhão com a Igreja. Como expliquei na Carta aos Bispos católicos, do passado dia 10 de Março, a remissão da excomunhão foi uma providência no âmbito da disciplina eclesiástica para libertar as pessoas do peso de consciência representado pela censura eclesiástica mais grave. Mas obviamente as questões doutrinais permanecem e, enquanto não forem esclarecidas, a Fraternidade não dispõe de um estatuto canónico na Igreja e os seus ministros não podem exercer de modo legítimo qualquer ministério.

5. Precisamente porque os problemas que agora devem ser tratados com a Fraternidade são de natureza essencialmente doutrinal, decidi — a vinte anos do Motu Proprio Ecclesia Dei, e em conformidade com quanto me tinha reservado fazer — de repensar a estrutura da Comissão Ecclesia Dei, unindo-a estreitamente à Congregação para a Doutrina da Fé.


6. Portanto, a Pontifícia Comissão EcclesiaDei terá a seguinte configuração:

a) O Presidente da Comissão é o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

b) A Comissão dispõe de um seu organigrama, composto pelo Secretário e por Oficiais.

c) Será tarefa do Presidente, coadjuvado pelo Secretário, submeter os principais casos e as questões de índole doutrinal ao estudo e ao discernimento das instâncias ordinárias da Congregação para a Doutrina da Fé, e também submeter os seus resultados às disposições superiores do Sumo Pontífice.

7. Com esta decisão eu quis, de maneira particular, mostrar solicitude paterna à "Fraternidade São Pio X", com a finalidade de reencontrar a plena comunhão com a Igreja.

Dirijo a todos um convite urgente a rezar incessantemente ao Senhor, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, "ut unum sint".


Dado em Roma, em São Pedro, no dia 2 de Julho de 2009, quinto ano do nosso Pontificado.


BENEDICTUS PP. XVI

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

São Pio de Pietrelcina


Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). O seu nome verdadeiro era Francesco Forgione.

Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, que os via constantemente devido a tanta familiaridade. Ainda pequenino tornou-se amigo do seu Anjo da Guarda a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.

Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado Sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento.

Após a Ordenação, o Padre Pio precisou ficar com a sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus em seu próprio corpo.

Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio que era conhecido por ele como "barba azul".

Torturado, tentado e testado muitas vezes por este, sabia muito da sua astúcia no seu afã em desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que viria a ser uma referência em toda a Europa.

A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956. Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadores do amor e da paz de Deus para serem instrumentos de tais virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.

Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Seria esta Missa o caminho do seu Calvário definitivo, onde entregaria a alma e o corpo ao seu grande apaixonado; a última vez que os seus filhos espirituais veriam o Padre a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu. Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II que, viria também a canonizar Padre Pio no dia 16 de junho de 2002.

Padre Pio que diz: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"
São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sobre São Miguel Arcanjo

"Quem como Deus"

"Quis ut Deus"




"Eu sou o chefe dos exércitos do Senhor" (Js 5,14)


"Naquele tempo, surgirá Miguel, o grande chefe, o protector dos filhos do seu povo. Será uma época de tal desolação, como jamais houve igual desde que as nações existem até aquele momento" (Dn 12,1)

"O chefe do reino persa resistiu-me durante vinte e um dias; porém Miguel, um dos principais chefes, veio em meu socorro" (Dn 10,13)


"Contra esses adversários não há ninguém que me defenda a não ser Miguel, vosso chefe" (Dn 10,22)


"Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para eles." (Ap 12,7-8)


"Ora, quando o Arcanjo Miguel discutia com o demónio e lhe disputava o corpo de Moisés, não ousou fulminar contra ele uma sentença de execração, mas disse somente: Que o próprio Senhor te repreenda" (Jd 1,9)


Disse o Papa Beato Pio IX: "São Miguel é quem tem maior capacidade para exterminar as forças malditas, filhas de satanás, que geraram a ruína da sociedade cristã".


O Papa São Pio X disse: "Deus, na primeira luta, venceu, servindo-se do Arcanjo São Miguel, devemos, portanto, acreditar firmemente que a luta actual terminará triunfante e também, como outrora, com o socorro e ajuda deste Arcanjo bendito!".


O Papa Pio XII proclamou em 08 de maio de 1940, que: "era urgente hoje, mais do que nunca, recorrer à protecção de São Miguel, lembrando que ele é o protector e o defensor da igreja e dos fiéis, o guardião do Paraíso, o apresentador das almas junto de DEUS; o Anjo da Paz e o Vencedor de satanás".E no dia 08 de maio de 1945, fez novamente outro apelo: "Desfraldai o Estandarte do insigne Arcanjo, repeti o seu grito: QUEM É COMO DEUS?".


São Francisco de Sales dizia: "A veneração a São Miguel é o maior remédio contra a rebeldia e a desobediência aos mandamentos de Deus, e contra o ateísmo, asceticismo e a infidelidade." Precisamente, estes vícios são muitos evidentes nos nossos tempos. Mais do que nunca na nossa era actual necessitamos da ajuda de São Miguel a fim de mantermos fieis a Fé. O ateísmo e a falta de fé estão infiltrado todos os sectores da sociedade humana. É nossa missão como fieis católicos confessar nossa fé com valentia e gozo, e demonstrar com zelo nosso amor por Jesus Cristo"


E São Boaventura disse: "Nossa Senhora nos manda o Príncipe São Miguel com todos os Anjos, para que imediatamente os defenda das investiduras dos demónios e recebam as almas de todos os que a Ela continuamente se têm encomendado."


Novena de São Miguel Arcanjo e dos Nove Coros d’Anjos


Conforme o testemunho piedoso do arquidiácono d’Évreux, o Sr. Boudon, o mais fervoroso apóstolo dos Santos Anjos no séc. XVIII, essa prática devocional obtém “graças extraordinárias”. Por causa dela, ele presenciara “maravilhas... e a ruina dos poderes demoníacos nos misteres mais importantes”. Além disso afiança que esse é um meio eficacíssimo para lograr o socorro do Céu durante as calamidades públicas e as dificuldades pessoais.A Novena de São Miguel e dos Nove Coros d’Anjos pode se fazer a qualquer tempo, em comum ou sozinho. Não há fórmulas prescritas. Propomos tão-somente as orações abaixo. Pode-se, se for do agrado, adotá-las outras.

Nas condições ordinárias, pode-se lucrar uma indulgência plenária no curso da novena (em dia a se escolher) ou depois de oito dias consecutivos.

Pio IX, 26 de novembro de 1876.

A cada dia:
Recitar o Confiteor, formular o pedido, depois recitar três Pai-Nossos, três Ave-Marias, três Glórias ao Pai.
Encerrar com a seguinte oração (conforme o dia)...

PRIMEIRO DIA
(em honra aos Serafins)

São Miguel Arcanjo, príncipe gloriosíssimo da milícia celeste, defendei-nos no combate contra os principados e potestades, contra as dominações desse mundo de trevas, contra os espíritos malígnos que se espalham pelo ar. Vinde em auxílio dos homens que Deus fez à imagem de Sua própria natureza, e que foram resgatados com grande usura da tirania do demônio. Ámen.
Exorcismo de Léon XIII.

SEGUNDO DIA
(em honra aos Querubins)

São Miguel, príncipe da milicia angélica, peço-vos que me atendais favoravelmente. Eu vos suplico para, naquele grande dia, tomar minha alma sob vossa santíssima guarda e conduzi-la para um lugar de refrigério, de paz e de repouso, onde as almas dos santos esperam em júbilo inefável o julgamento futuro e a glória da ressurreição gloriosa. Quer eu fale ou me cale, quer eu vigie, marche ou descance, guardai-me na consecução de todas as minhas obras, em todos os atos da minha vida. Preservai-me das tentações do demônio e das penas do inferno. Ámen.
Segundo um manuscrito do séc. XV.

TERCEIRO DIA
(em honra aos Tronos)

São Miguel Arcanjo, defensor excelente do povo cristão, para cumprir dignamente a missão que vos foi confiada de proteger a Igreja, esmagai a heresia, exterminai os cismas e confundi a incredulidade. Que a Igreja de Jesus Cristo acolha os neófitos e se cerque de reinos da terra, a fim de que ela possa povoar o Céu de almas eleitas, para a maior glória do Divino Redentor, a quem vós mesmo deveis os triunfos, os méritos e a eterna felicidade. Ámen.
Oração de Leão XIII.

QUARTO DIA
(em honra das Dominações)

Ó vós, que sois o príncipe e o porta-estandarte dos anjos fiéis, auxiliai-me sempre em vossa bondade e salvai-me. Das legiões dos anjos das trevas preservai-me, a fim de que, sob vossa direção, partilhe da luz dos anjos bons. Diante do trono do Supremo Juiz defendei-me, sustentai minha causa e afastai a cólera do Vingador Justo. Que por vosso intermédio sejam prósperos os meus trabalhos e meus repousos, os meus dias e minhas noites; e que meu pensamento esteja sempre disposto para as obras de Deus. Ámen.
Hino do séc. XII.

QUINTO DIA
(em honra às Potestades)

São Miguel Arcanjo, a quem a Santa Igreja venera como guardião e protetor, a vós o Senhor confiou a missão de introduzir na celeste felicidade as almas resgatadas. Implorai ao Deus da Paz para calcar satanás a nossos pés, a fim de que não possa mais reter os homens em cadeias e lesar a Santa Madre Igreja. Apresentai ao Altíssimo nossas orações, para que instantemente o Senhor faça-nos a misericórdia. A vós também imploramos, vós que aprisionastes o dragão, o diabo-satã da antiga serpente, e que o lançastes acorrentado no abismo, para que não mais seduzisse as nações. Ámen.
Exorcismo de Leão XIII.

SEXTO DIA
(em honra às Virtudes)

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, a fim de que não pereçamos no dia do terrível julgamento. Principe gloriosíssimo, lembrai-vos de nós, em todo o tempo e em toda a parte. Quando combatestes o dragão, do céu se ouvia uma voz que dizia: “Eis a salvação, o poder e a realeza do Deus Todo-Poderoso!” O mar se revoltou e a terra tremeu, quando descestes do Reino Celeste; vinde pois em socorro do povo de Deus. Ámen.
Traduzido de um responso em Coutances.

SÉTIMO DIA
(em honra aos Principados)

Ó São Miguel, príncipe santíssimo da milícia sagrada, a quem Deus mandou preparar e conduzir as falanges angélicas, digníssimo de todo culto, de todo louvor e de toda gratidão: esclarecei meus sentidos inferiores, fortificai meu pobre coração agitado nas tempestades da vida, elevai às alturas da sabedoria celeste minh’alma inclinada às coisas da terra; firmai meus passos vacilantes e não consenti que eu abandone o caminho que me leva aos Céus; curai as feridas de minh’alma; fazei desaparecer os resquícios de todo sofrimento que em mim engendra as misérias e a infelicidade. Ámen.
Oração de São Sofrônio.

OITAVO DIA
(em honra aos Arcanjos)

São Miguel Arcanjo, que tendes por missão reunir as orações, dirigir os combates e pesar as almas, presto homenagem à vossa beleza – em tudo semelhante a beleza de Deus e que, segundo o Verbo Eterno, como vós não há outro espírito igual. Presto homenagem ainda a vosso poder sem limites em favor daqueles que são vossos devotos, e à vossa vontade toda em harmonia com o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, para o bem dos homens [1]. Defendei-me contra os inimigos da alma e do corpo. Tornai-me sensível à consolação de vossa assistência invisível e aos efeitos de vossa terna vigilância. Ámen.
[1] Ven. Filomena de Santa Colomba.

NONO DIA
(em honra aos Anjos)

Glorioso São Miguel Arcanjo, zelador excelente da glória de Deus e protetor da Igreja Universal, vós a quem o Todo-Poderoso confiou a missão de receber as almas quando da saída do corpo para apresentá-las ao Justíssimo Juiz, dignai-vos socorrer-me no meu derradeiro combate. Acompanhai meu bom Anjo da Guarda, vinde em meu auxílio e afastai para longe de mim todos os espíritos infernais. Não permitis que por eles eu seja atemorizado. Fortificai-me na Fé, na Esperança e na Caridade, a fim de que minh’alma, conduzida por vós ao julgamento, seja tão logo introduzida no lugar do repouso, para alí reinar eternamente com seu Redentor, em comunhão com as almas bem-aventuradas. Ámen.

Segundo uma antiga fórmula de oração.

Nihil Obstat :Constantiis, die 18 a feb. 1949L. LERIDEZc. d.Imprimatur+ JEANÉvêque de Coutances et Avranches

"Glorioso Arcanjo São Miguel, Príncipe da Milícia Celeste, protector das almas, eu vos chamo e invoco para que me livres de toda adversidade e de todo pecado, fazendo-me progredir no serviço de Deus e conseguindo-me Dele a graça da perseverança final, para que eu possa habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida.Amém."

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Senhora da Nazaré - A História e a Lenda de mãos dadas


Na manhã de 14 de Setembro de 1182, (dia da Exaltação da Santa Cruz), D. Fuas Roupinho, alcaide Mor do Castelo de Porto de Mós, caçava nas suas terras quando , avistando um veado, começou a persegui-lo seguindo pelos seus companheiros na caçada.




Durante a perseguição, o veado dirigui-se para o litural em direcção a uma falésia no Sítio da Nazaré. De súbito, ficou tudo encoberto por um denso nevoeiro que se levantava do mar.


Quando o cavaleiro se apercebeu que estava no topo da falésia, prestes a cair no abismo, reconheceu o local. Estava mesmo ao lado da gruta onde ia vezes amíude orar a uma pequena imagem de Nossa Senhora com o Menino que ai se tinha encontrado e, num grito de desespero, rogou à Virge Maria: « Senhora, Valei-me!»




Imediata e milagrosamente o cavalo estacou ficando a patas no bico rochoso suspenso sobre o vazio, o Bico do Milagre, salvando-se assim o cavaleiro e a sua montada de morte certa, enquanto o veado se precipitava até ao oceano, cem metros mais abaixo.




Após ter descido à gruta para agradecer o milagre, o cavaleiro mandou erigir sobre a gruta, uma pequena capela, a Capela da Memória, para ali ser exposta à veneraçãodos fiéis a milagrosa imagem. Quando os trabalhadores desfizeram o altar ali existente, encontraram um cofre em marfim, contendo algumas reliquias e um pregaminho no qual se relatava a história da pequena imagem esculpida em madeira, representando uma Virgem Morena sentada a amamentar o Menino ( Virgem do Leite).




Segundo o pregaminho, a virgem teria vindo da Palestina, esculpida por S. José, pintada por S. Lucas e venerada desde os primeiros tempos do cristianismo em Nazaré na Galileia, tendo sido salva dos movimentos iconoclastas ( destruidores de imagens sacras) do sec. IV pelo monge grego Ciríaco, que a colocou sob a protecção de S. Jerónimo sendo por este aconselhado a levar a imagem para África a fim de a entregar a Sto. Agostinho. Este ofereceu-a ao mosteiro de Cauliniana, perto de Mérida, onde permaneceu até 711, ano da batalha de Guadalete, na qual, depois de terem sido derrotadas pelos muçulmanos, as forças cristãs fugiram para norte. A Sagrada Imagem bem como o cofre com as relíquias de S. Brás e S. Bartolomeu, foi então trazida por Frei Romano, monge da Cauliniana, e por D. Rodrigo, o último Rei Visigodo, para o Litorar Atlântico, chegado ao local onde é hoje a Pederneira no dia 22 de Novembro do ano de 714.


Como D. Rodrigo manifestasse desejo de ficar sozinho, Frei Romano ecolheu uma espécie de ermida natural entre duas rochas para ai colocar o cofre e a Venerável Imagem, local onde, desde essa época, permanece no mesmo sítio ( de Nossa Senhora) da Nazaré.


Diz-se que D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal e grande devoto da Virgem Maria, teria vindo ao Sítio da Nazaré para agradecer à Senhora as graças concedidas e para lhe consagrar o Reino de Portugal que estão despontara.




Em 1377, o Rei D. Fernando ( 1367-1383), devido à signifiativa aflûencia de peregrinos, mandou construir uma igreja, perto da capela, para onde foi trasferida a imagem de Nossa Senhora da Nazaré. A popularidade dessa devoção, à época dos Descobrimentos portugueses, era tamanha entres as gentes do mar que quando Vasco da Gama, antes e depois da sua primeira viagem à India, quando Pedro Álvares Cabral, que viria a descobrir o Brasil, vieram em peregrinação à Senhora da Nazaré.




Na mesma época a Rainha D. Leonor de Austria, terceira mulher do Rei D. Manuel I, irmã do imperador Carlos V, permaneceu no Sítio da Nazaré alguns dias, em 1520 num palácio de madeira especialmente comcebido para a ocasião. Alguns anos depois S. Francisco Xavier, o Apóstolo do Oriente, veio em peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré antes de partir para Goa.




O três séculos seguintes, ( XVII, XVIII e XIX), foram de grande expanção para o culto de Nossa Senhora da Nazaré, tanto no sei santuário, como em Portugal e no "mundo Portugues" da época, onde ainda hoje se veneram algumas réplicas da verdadeira Imagem.




No inicio do sec. XVII, o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré fundado por D. Fernando começou a ser reconstruido e aumentado, tendo as obras sido prolongadas por várias empreitadas até finais do sec. XIX.




Hoje, a tradição aponta aos visitantes a marca deixada por uma das patas do cavalo de D. Fuas Roupinho na ponda do Bico do Milagre, ao lado da Capela da Memória no Sítio da Nazaré.






domingo, 13 de setembro de 2009

Gente de Fé


Cristãos Amigos


Depois da Imagem Peregrina de Nossa Semhora do Cabo Espichel distinguir a nossa paróquia com a sua presença durante um ano (2007-2008) e nela ter deixado marcas que apenas o lento passar dos anos fará diluir, chega agora à nossa igreja, de onde saiu há já dezasseis anos, a Veneranda Imagem de Nossa Senhora da Nazaré que ficará em nossa companhia até Setembro do próximo ano.

Muitos são os títulos atribuídos à Santíssima Mãe de Jesus, contudo todos designam uma mesma senhora, a Imaculada e Sempre Virgem Maria, a Senhora do "Fiat", Aquela Menina-Mulher que, com apenas quinze anos, soube ouvir a proposta de Deus e responder SIM ao Seu chamamento: "Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua palavra" (Lc 1, 38). E o mundo nunca mais foi nem voltará a ser o mesmo!
Do Seu seio nasceu nasceu Aquele que veio ensinar os homens a amar e a perdoa, a sofrer e a sorrir, a sentir esperança em vez de desespero e, sobretudo, a olhar para Deus como um Pai bondoso, amigo e sempre pronto a receber de braços abertos aquele que, reconhecendo o erro, arrependico, procura novo caminho para a sua vida; em suma um Pai.
É por isso que tem nos braços o Seu Divino Filho, como que a querer mostrá-lo a toda a gente; e com Ele podemos superar as, cada vez maiores, tentações com que o mundo nos acena. O caminho não é fácil, bem pelo contrário, mas sabemos que, no fim, teremos a consciência tranquila e o prazer de termos tornado alguém menos infeliz pelo "simples" facto de lhe ter sido dado a conhecer Jesus Cristo. Porém nem toda a gente quer ouvir falar Jesus, ( há dois mil anos também era assim): Ele torna-se incómodo porque crítica aquilo que fazemos e não devíamos ter feito, que dissemos e não devíamos ter dito. Ele pede-nos que nos esqueçamos um pouco de nós para prestar também atenção a quem está ao nosso lado! Quantas vezes, uma simples palavra dita no momento certo, um pequeno gesto pode, na vida de alguém, ser a diferença entre esta fazer ou não sentido.
Numa sociedade cada vez mais laicista e laicizante, em que quase não há lugar para o próximo, cabe-nos a nós cristãos, constituir um exemplo vivo do que é viver em comunidade; porque se aqueles que nos rodeiam estão felizes;, então, por acréscimo, essa felicidade acabará também por nos tocar.
Que a presença de Maria, figurada entre nós pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, possa tocar os nossos corações ensinando-nos a responder SIM aos convites do Pai e, com o Espírito Santo, nos mostre o caminho que conduz ao Filho.

Comissão de Festas de Nossa Senhora da Nazaré ( Igreja Nova 2009)




Noite de Paz


Oração
Senhora na Nazaré,
Mãe do silêncio e da humildade,
protege e santifica as nossas familias.
Envolve-nos no Teu manto,
comunica-nos a fortaleza da Tua Fé,
a grandeza da Tua Esperança
e a profundidade do Teu Amor.
Permanece com os que ficam
e parte com os que vão.
Conforta-nos com o teu sorriso
e enxuga as nossas lágrimas
com as tuas carícias de Mãe.
Amen

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Obrigado Mãe


Mãe, hoje na véspera de se completar mais um giro de 17 anos, onde todos se preocupam em que tudo corra bem, em que o ter e o parecer escondem o mais importante...

Mãe, amanha enquanto uns choram de alegria por te voltarem a ver, outros num canto distante deste mundo de Teu Filho choram por não ter o que comer...

Mãe, amanha perdido na multidão estarei, mais um ano, sempre só mais um ano, até que já não seja preciso, ouvir foguetes estalar, luzes brilhar, ouro a luzir....

Mãe, amanha quando milhares Te virem passar, quando centenas Te forem beijar nesse manto que guarda o encanto de mãe...

Mãe, amanha quero falar ao Teu coração, pedir-te perdão...

Mãe, amanha quero me renovar...

Mãe, amanha quero só...

Mãe, amanha olha para mim...

... e leva um beijo a quem já não posso beijar

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Círio da Prata Grande - O Maior




Círios:


Desde o século XVII foram muitos os povos, de diversas localidades, que se deslocaram em romaria para prestar devoção à Nossa Senhora da Nazaré. Estão registados peregrinações colectivas provenientes da Pederneira, Penela, Santarém, Coimbra, Sintra, Ericeira, Colares, Mafra, São Pedro de Dois Portos, Almargem do Bispo, Óbidos, Porto de Mós, Alcobaça e Alhandra, pertencentes a cerca de 36 círios diferentes.
Actualmente já se contam um menor número. São três os círios que ainda hoje estão presentes nas celebrações religiosas anuais, nomeadamente, o círio da Prata Grande, Penela e de Olhalvo. Contudo, o culto à Nossa Senhora da Nazaré é anterior a esta data, apesar de não haver registos físicos do mesmo, julga-se que as peregrinações colectivas remontam o início do século XV, e a crença na Imagem de Nossa Senhora da Nazaré começou a ganhar destaque a partir do milagre de Dom Fuas Roupinho, em 1182.
Segundo o autor de Tradições Religiosas entre o Tejo e o Sado, Luís Marques, um círio “é uma confraria popular que anualmente se desloca a um santuário, em cumprimento da promessa antiga e colectiva feita pela povoação, em tempos idos”. Esta promessa pode ser apenas o compromisso em venerar a imagem.
No caso de Nossa Senhora da Nazaré, os círios deslocam-se em romaria, no dia oito de Setembro, ou domingo seguinte no sentido de prestar homenagem e devoção à Virgem.
O chamado Círio da Prata Grande começou, precisamente, na Paróquia da Igreja Nova, há muitos anos, quando um morador do Penedo da Arrifana, João Manuel, já idoso, resolveu ir em romagem à Nazaré, montado no seu burrito, para implorar a cura da sua mulher, gravemente doente. O seu pedido foi atentido e, em prova de agradecimento, deslocou-se ao Santuário da Nazaré, durante quatro anos seguidos, acompanhado por familiares e devotos das vizinhanças. O movimento de aderência por parte dos moradores da Igreja Nova e dos arredores foi enquadrado por «Confraria de Nossa Senhora da Nazaré» que teve compromisso aprovado em 1742 e que encontra,actualmente, em 17 Freguesias dos Concelhos de Mafra, Sintra e Torres Vedras.

Paroquias que integram o Círio da Prata Grande:


Igreja Nova, Mafra, Santo Izidoro, Montelavar (Sintra), Encarnaçăo, S. Pedro da Cadeira (Torres Vedras), Ericeira, Alcainça, Terrugem (Sintra), S. Joăo das Lampas (Sintra), Sobral da Abelheira, Santo Estevăo das Galés, Gradil, Azueira e Enxara do Bispo.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

1182 - 2009 Há oito séculos a vos Louvar Ò Mãe



Oração a Nossa Senhora da Nazaré




Pedir amparo e protecção
Ó Virgem piedosíssima, Senhora de Nazaré, a vós nesta hora de atribulação e angústia, pedindo confiadamente amparo e protecção.
Vede minha necessidade, ó Maria, ouvi propícia os meus gemidos, compadecei-Vos de minhas lágrimas.
Vós que sois a Mãe de Misericórdia, consoladora dos aflitos, refúgio e advogada. dos pecadores.
Concedei-me, Senhora de Nazaré, a graça que do Vosso Coração Imaculado e cheio de ternura, espero com toda a minha confiança.
A este Coração Materno que também experimentou os golpes de dor mais pungentes, entrego todos os cuidados meus e das pessoas que me são caras; recebei em vossas mãos abençoadas a minha vontade e o meu coração, a minha vida e a minha morte.
Sede também, ó Mãe de Bondade, conforto e amparo de todos os atribulados, dos pobrezinhos, dos doentes, dos sem trabalho dos famintos das crianças que sofrem e não vos esqueçais dos pobres pecadores.
A todos nós fazei sentir que sois mãe.
Amen.